Devemo-nos questionar se faz sentido alterar a água que bebemos há milhões de anos, quando, sem ela, nem existiríamos. A água é altamente estruturada e carrega a maior parte da energia utilizada para alimentar as reações da vida. Essa energia vem diretamente da luz solar e também dos alimentos que comemos.
Os químicos indesejados (como o flúor, o cloro e os pesticidas) ou os materiais pesados (como o alumínio e o chumbo) presentes na água da torneira diminuem a nossa “constante dielétrica”, isto é, atrapalham a nossa capacidade de armazenar energia. Será que o flúor é realmente bom para a saúde oral ou apenas a maneira mais barata de “tratar” a água de rede pública? É lógico que os efeitos negativos não são imediatamente óbvios para o público, mas pode começar a ver as coisas de uma nova perspetiva.
A água e o corpo humano
A água é de grande importância para todos os seres vivos. Em alguns organismos, a água compõe 90% do seu peso corporal. No corpo humano adulto ultrapassa os 60% de água. O cérebro e o coração são compostos por 73% e os pulmões são cerca de 83% de água. A pele contém 64% de água, os músculos e rins contêm 79% e até os ossos são aquosos: 31%.[1]
A água regula a temperatura corporal, remove resíduos, lubrifica as articulações e ajuda a transportar os nutrientes e o oxigénio para as células. Também ajuda a absorver nutrientes e a transformar alimentos em energia. Protege e amortece os órgãos vitais e não só, a água tem uma série de funções essenciais que nos mantém a funcionar corretamente.
A flouretação da água “potável” da torneira
O fluoreto de cálcio (CaF2) encontra-se naturalmente na água. O fluoreto de sódio (NaF), o ácido hexafluorosilícico (H2SiF6) e o fluorosilicato de sódio (Na2SiF6) são artificialmente adicionados à água das nossas torneiras.[2]
A fluoretação da água consiste precisamente em ajustar a concentração de fluoreto natural, de acordo com os níveis considerados “ideais” para a saúde dentária. Este processo, no entanto, não é apoiado por evidências sólidas, sendo que a literatura não relacionada à indústria indica mesmo graves riscos para a saúde.
Os fluoretos adicionados à água canalizada são geralmente obtidos como subprodutos do lixo tóxico da produção de fertilizantes fosfatados e do refinamento de alumínio, o que significa que estão normalmente contaminados com arsénico, chumbo, alumínio, outros metais e até mesmo materiais radioativos.
A produção de pesticidas também utiliza estas formas de fluoreto. O fluoreto de sódio, por exemplo, é um inseticida e rodenticida utilizado em venenos para ratos e baratas. Mas é simplesmente mais barato despeja-lo no nosso abastecimento de água do que pagar as taxas de eliminação de resíduos tóxicos.[3]
Os efeitos nocivos do fluoreto
O fluoreto é um bloqueador dielétrico que reduz a constante dielétrica na água do nosso corpo. A água dentro de nós não serve apenas para chapinhar as proteínas. Ela tem um papel específico na captura e transformação de eletrões carregados de energia e protões carregados positivamente para formar uma bateria que utiliza a luz solar ultravioleta e infravermelha. Isso cria a constante dielétrica na água dentro e fora das células e facilita a energia que podemos fornecer às mitocôndrias. Quando as mitocôndrias produzem menos energia, a inflamação aumenta e as hormonas e a expressão genética são alteradas, reduzindo a corrente elétrica contínua que as membranas celulares precisam desenvolver para transferir energia e informações para todo o corpo.
A água a granel tem uma constante dielétrica de 78 e a água produzida pelas nossas mitocôndrias, que envolve todas as proteínas, tem uma constante dielétrica de 160 quando é atingida pela luz solar. A água com fluoreto não consegue aumentar a nossa constante dielétrica ao redor das proteínas e, como consequência, reduz a informação elétrica, magnética e fotónica.[4] Isso pode causar interferência nos processos bioquímicos fundamentais e conduzir a sérios problemas de saúde e de comportamento, tais como o cancro, fratura do quadril, fluorose dentária, dentes manchados, deficiência neurológica, Q.I. reduzido em crianças e distúrbios de aprendizagem.[5]
Evidências científicas
As autoridades de saúde nos países que patrocinam a água fluoretada continuam a ignorar os novos estudos que demonstram os efeitos nocivos da exposição excessiva ao fluoreto. Seguem alguns exemplos desses estudos:[6]
- A acumulação de fluoreto na glândula de pineal (Luke, 2001);
- A habilidade do fluoreto para facilitar a captação de alumínio no cérebro de ratos (Varner, 1998);
- Quantidades maiores de flúor podem aumentar o conteúdo de chumbo no sangue em crianças (Mestres e Coplan, 99, 2000);
- A redução do Q.I. em crianças (Zhao, 1996,; Lu, 2000, Xiang, 2003);
- O aumento de fratura em ossos de crianças e adultos (o Li, 2001, Alarcon-Herrera, 2001) e;
- Em presença de alumínio, pode afetar as proteínas-G que levam sinais para uma grande variedade de sistemas biológicos, e a sua alteração pode descontrolar partes importantes e vitais (Strunecka e Patocka, 99 e Li, 2003).
Na verdade, os riscos associados à fluoretação da água não justificam o seu uso. Neste documento, elaborado pelo Dr. Paul Connett da Universidade de St. Lawrence de Nova Iorque, há pelo menos 50 razões para nos opormos à fluoretação.[7]
É certo que o flúor pode reduzir a decadência dos dentes, mas quando é aplicado diretamente na sua superfície, não quando o temos que engolir. Há um mínimo benefício em ingerir o fluoreto e, francamente, no que diz respeito a cárie dentária, há pouca ou nenhuma diferença entre os países com água fluoretada e os países com água não fluoretada.[8,9]
Para mais informação:
- https://www.globalresearch.ca/fluoride-killing-us-softly/5360397
- https://www.hsph.harvard.edu/news/features/fluoride-childrens-health-grandjean-choi/
- https://thetruthaboutcancer.com/fluoride-in-water/
- https://www.wakingtimes.com/fluoride-toxicity-longer-conspiracy-theory/
- https://endofmen.wordpress.com/2008/02/03/the-lies-of-fluoridation-and-who-benefits/
- https://naturalsociety.com/breaking-fluoride-linked-to-1-cause-of-death-in-new-research/
O ponto de situação atual
Nos EUA, a organização Fluoride Action Network (FAN) entregou recentemente um documento ao Congresso assinado por mais de 600 profissionais de saúde, incluindo laureados como prémios Nobel, funcionários de agências de proteção ambiental e membros do Conselho Nacional de Investigação no painel da toxicologia do fluoreto, no qual se solicita a eliminação do flúor na água. No documento entregue, é pedido que se reconheça que a «fluoretação da água está obsoleta e constitui um risco sério para a saúde pública que ultrapassa qualquer benefício mínimo», e ainda que seja apoiada uma auditoria à fluoretação requerendo provas científicas de que a mesma é necessária ou pelo menos útil.[10]
Na UE, alguns países, incluindo Portugal, consomem água fluoretada há mais de 50 anos, enquanto outros, como a França ou Bélgica, renunciaram a esta metodologia.
É claro que o fluoreto não é o único problema na água “potável” que bebemos diariamente. Há milhares de poluentes na água de rede pública que não estão sujeitos a regulamentos de saúde ou segurança e podem estar legalmente presentes em qualquer quantidade,[11] mas o fluoreto é definitivamente um deles.
Como nos protegermos?
Para garantir que nos protegemos do flúor e de outros produtos químicos na água da torneira, apresentarei de seguida algumas medidas que poderá considerar para o ajudar a otimizar a sua saúde e desempenho:
- Beba água da nascente com baixo teor de flúor naturalmente. De preferência extraída de grandes altitudes (acima dos 1200 metros), pois tem níveis de deutério (hidrogénio pesado) mais baixos e menos contaminantes como, por exemplo, os microplásticos. Se não tiver de onde a extrair, compre água engarrafada, é muito melhor do que a água da torneira, mas certifique-se que tem um teor mineral razoável e não seja de uma região deserta ou tropical.
- A água de osmose reversa também é uma opção aceitável, mas ainda assim prefiro a água da nascente engarrafada. Conservada em vidro é o ideal, se puder pagar, mas para a maioria das pessoas não fará grande diferença na saúde. Para além de que promover o uso de plástico criará muito mais resíduos, especialmente se não for reciclado de maneira adequada.
- Tente beber aproximadamente 3 litros de água por dia, consoante o seu peso corporal, atividade e ambiente. Por exemplo: quanto mais tempo passar ao computador ou sob a luz artificial, mais água deverá beber.
- Transporte a sua água em garrafas de aço inoxidável ou vidro, ou compre garrafas de água enquanto estiver na rua.
- Instale um sistema de osmose reversa para a água canalizada da sua casa. Lembre-se que a água com que cozinha, toma banho e utiliza para lavar os dentes também é fundamental. Por isso, certifique-se que tem um ou mais filtros de carvão no sistema, isso ajudará a remover outras substâncias indesejadas, como o cloro. Infelizmente, quando utilizamos um sistema de osmose reversa, os bons minerais (como o cálcio, magnésio e potássio) são filtrados juntamente com os piores (como o flúor). A água desmineralizada também é muito mais ácida, portanto, para revitalizar novamente a sua água com bons minerais e aumentar a sua alcalinidade, opte por um sistema de osmose reversa com remineralizador integrado.
- Se o seu sistema de filtragem de água for simplesmente uma unidade “debaixo do balcão da cozinha” ou um filtro de água potável simples tipo Brita, então recomendo fortemente que instale também um filtro de chuveiro / banheira KDF para o seu banho e duche (apenas um banho de 20 minutos expõe-nos a uma maior absorção de flúor, cloro e quaisquer outros produtos químicos do que 5 dias de água potável).
- Substitua gradualmente os seus produtos de higiene pessoal por produtos mais naturais, nomeadamente por uma pasta de dentes sem flúor.
- Por fim, oiça simplesmente o que o seu corpo tem para lhe dizer e tome consciência de odores sintéticos ou itens de degustação sintéticos na água que utiliza. Esta sensibilidade pode-lhe ser muito útil, acredite.
Considerações finais
Evitar o flúor, o cloro e outros produtos químicos e materiais pesados pode melhorar muito a sua saúde e desempenho, especialmente se sempre consumiu água da torneira fluoretada e pasta de dentes com flúor. Todavia, depois deste artigo, espero que tenha ficado mais sensibilizado e adquirido mais conhecimento para o ajudar a tomar as suas decisões no dia a dia.
Não se preocupe se não conseguir aplicar todas as medidas acima mencionadas. Comece com pequenos passos e, aos poucos, ajude o seu corpo a desintoxicar-se, a desfazer danos e a reconstruir-se. Acredite que é possível viver de uma maneira simples e ancestral e, ao mesmo tempo, usufruir da água da torneira de que todos estamos habituados.
Referências
- https://www.usgs.gov/special-topic/water-science-school/science/water-you-water-and-human-body
- https://www.who.int/water_sanitation_health/publications/fluoride_drinking_water_full.pdf
- https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/14356007.a11_307
- https://www.youtube.com/watch?v=EPVIfagU8hI&ab_channel=NewTribeRadio
- https://forum.jackkruse.com/index.php?threads/fluoride.10149/
- http://www.acpo.org.br/campanhas/camp_fluor.htm
- http://www.laleva.cc/pt/alimentos/fluoro_50reasons.html
- Bryson, C. (2006). The Fluoride Deception. Disponível em: https://amzn.to/3pkx2uR
- Connett, P., Beck, J. e Micklem H. S. (2011). The Case Against Fluoride: How hazardous waste ended up in our drinking water and the bad science and powerful politics that keep it there. Disponível em: https://amzn.to/2KLHoF3
- https://www.europarl.europa.eu/doceo/document/E-7-2013-007378_PT.html
- http://water.epa.gov/drink/contaminants/basicinformation/fluoride.cfm